O I Seminário Internacional “Mulheres Negras e Quilombolas nas Ciências: Diálogos África, Caribe e Brasil para políticas de permanência nas universidades”, em sua primeira edição, possui como objetivo principal fomentar e consolidar um espaço de debate qualificado entre grupos de pesquisas nacionais e internacionais, que mantêm relações de colaboração na Incubadora Social Feminista Antirracista e Observatório Norte, Nordeste e Amazônia Legal (link para saber mais!), vinculada ao Instituto de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades e Violências de Gênero e Sexualidade e suas Múltiplas Insurgências (INCT Caleidoscópio).
"Este seminário nasce da necessidade de preencher uma lacuna na Psicologia brasileira, promovendo um diálogo essencial sobre as realidades de mulheres negras da África, Caribe, Haiti e mulheres quilombolas nas universidades. É um esforço contínuo para enfrentar as heranças colonialistas, garantir a permanência e a progressão dessas mulheres nas carreiras científicas e, assim, impulsionar políticas afirmativas eficazes e adaptadas às suas especificidades", ressalta a docente titular da UFCG, Dolores Cristina Gomes Galindo, Coordenadora Geral do projeto.
Complementando a perspectiva acadêmica, a voz das comunidades quilombolas será igualmente central no evento. “Como mulher quilombola da comunidade de Caiana dos Crioulos, em Alagoa Grande (PB), vejo este seminário como um marco essencial. É a chance de fortalecer a presença de mulheres quilombolas nas ciências, trocando experiências e construindo redes que nos impulsionem. Queremos visibilidade e reconhecimento para nossos saberes e trajetórias na academia”, afirma a Profa. Ma. Luciene Tavares (Comunidade quilombola de Caiana dos Crioulos, Alagoa Grande, Paraíba).
O seminário dialoga sobre políticas de inclusão e permanência de mulheres negras e quilombolas nas ciências. Os objetivos específicos são:
a) incentivar a troca de conhecimentos e experiências com vistas ao aprimoramento das pesquisas e políticas públicas de acesso e permanência de mulheres negras e quilombolas nas universidades, com destaque para a Psicologia;
b) estimular as discussões sobre os modos de produção de subjetividades de mulheres negras e quilombolas sobre as experiências cotidianas nas universidades, enfatizando as contribuições da Psicologia em diálogo interdisciplinar;
c) promover o encontro e o estabelecimento de redes de pesquisa entre países de África, Caribe, Haiti e da diáspora africana, voltadas ao incremento de estudos sobre acesso e permanência de mulheres negras e quilombolas nas universidades;
d) incentivar a formação de novas gerações de pesquisadores e pesquisadoras em Psicologia sobre acesso e permanência de mulheres e negras e quilombolas de diferentes unidades da federação e dos países envolvidos numa ambiência acadêmica internacionalizada;
e) contribuir para a implantação e aprimoramento das políticas de ações afirmativas para quilombolas nos programas de pós-graduação em Psicologia, considerando as singularidades dos modos de vida e epistemes quilombolas, bem como as especificidades regionais dos PPGs.
O evento será realizado na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) nos dias 04 e 05 de dezembro de 2025, em formato híbrido e é gratuito.
Coordenação:
A organização do evento ocorre no âmbito da Incubadora Social Feminista Antirracista Norte, Nordeste e Amazônia Legal e do Observatório Norte, Nordeste e Amazônia Legal, ambos vinculados ao INCT Caleidoscópio (Instituto de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades e Violências de Gênero e Sexualidade e suas múltiplas insurgências), com coordenação do Grupo de Pesquisa “Ateliê: psicologias, feminismos e contracolonialidades” da UFCG.
Comissão Organizadora:
Ana Karenina de Melo Arraes Amorim (UFRN)
Candida Soares da Costa (UFMT)
Denise de Almeida Ribeiro (UFRB)
Dolores Cristina Gomes Galindo (UFCG) - Presidente
Flávia Cristina Silveira Lemos (UFPA)
Karla Adriana Martins Bessa (Pagu/UNICAMP/SP)
Karla Galvão Adrião (Lab-Eshu)
Maristela de Melo Moraes (UFCG)
Silvia Lúcia Ferreira (UFBA)
Zizele Ferreira dos Santos (UFCG)
Comitê Científico:
André Yves Pierre (Universidade Estadual do Haiti- UEH, Hiati)
Angela Maria dos Santos (EDUCARE-MT)
Débora de Fina Gonzalez (Facultad de Ciencias Sociales da Universidad de Playa Ancha- UPLA, Chile)
Dolores Cristina Gomes Galindo (UFCG)
Eduardo David Ndombele (Instituto Superior de Ciências da Educação do Uíge - ISCED-Uige - Angola)
Helena Cosma da Graça Fonseca Veloso (Universidade Católica de Angola- UCAN)
Hilarino Carlos Rodrigues da Luz (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa - Portugal)
Leonardo Lemos de Souza (Unesp)
Maismy-Mary Fleurant (Université Publique du Nord-Est à Fort-Liberté (UPNEF), - Haiti)
Maria da Conceição Oliveira Carvalho Nogueira (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do PortoFPCEUP - Portugal)
Mbiavanga Fernando (Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda - ISCED- Angola)
Paula Andrea Lenguita (Universidade de Buenos Aires-UNIPE)
Silvia Lúcia Ferreira (UFBA)
Valerie Jacqueline Ganem (Université Sorbonne Paris Nord-USPN)
Zizele Ferreira dos Santos (UFCG)
Financiamento:
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
MIR - Ministério da Igualdade Racial
Programação e localização
O evento acontecerá no Centro de Humanidades (CH) da UFCG, com transmissão online, campus Campina Grande. A programação inclui Mesas, Painéis, Sessões Coordenadas de Comunicações Orais e Oficinas, além de uma Roda Ampliada de Conversação e encerramento.
Inscrições, submissão de trabalhos e acesso à programação completa serão disponibilizados na plataforma Even3 através do link https://www.even3.com.br/i-seminario-internacional-mulheres-negras-e-quilombolas-nas-ciencias-dialogos-africa-caribe-e-brasil-para-politicas-de-permanencia-nas-universidades-646890/
Cronograma
Período de submissão: 31 de Outubro a 16 de Novembro de 2025
Período de avaliação das propostas: 17 a 26 de Novembro de 2025
Período de divulgação das propostas: 27 de Novembro de 2025
Línguas: Os trabalhos podem ser submetidos em Português, Francês, Espanhol.
Contato
incubadoranneamaz_caleidoscopio@setor.ufcg.edu.br
O Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCT) Caleidoscópio – Instituto de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades e Violências de Gênero e Sexualidade e suas Múltiplas Insurgências, coordenado pela Profa. Dra. Viviane de Melo Resende (UnB), entrou em funcionamento em 2023 e reúne grupos de pesquisa de 24 instituições das cinco regiões do país e deve abrigar observatórios, incubadoras sociais e realizar a divulgação de conhecimentos relevantes ao enfrentamento da desigualdade no acesso e na progressão de mulheres (cis e trans) nas carreiras científicas.
O instituto tem sede na Universidade de Brasília (UnB), e se origina da Rede Caleidoscópio Feminista, surgida em 2021, a partir de um encontro nacional de centros e núcleos especializados sobre gênero, mulheres e sexualidade. A estrutura em rede se manteve na criação do INCT, que conta com nucleações regionais, um conselho de usuárias e um comitê gestor constituído por pesquisadoras que integram o campo de estudos feministas, transfeministas e antirracistas no Brasil.
Incubadora Social Feminista Antirracista Norte, Nordeste e Amazônia Legal - INCT Caleidoscópio
A Incubadora é coordenada pelas professoras Dolores Galindo, da Universidade Federal de Campina Grande, e Silvia Lúcia Ferreira, da Universidade Federal da Bahia. Cada instituição possui uma sede compartilhada, com uma Secretaria Executiva comum, além de espaços próprios em cada universidade.
O ambiente acadêmico pode ser hostil pra determinados grupos sociais que ainda lutam para ter direitos reconhecidos e respeitados. Pensando nisso, a Incubadora Social Feminista Antirracista Norte, Nordeste e Amazônia Legal - INCT Caleidoscópio busca fomentar boas práticas de prevenção às violências interseccionais nas universidades e dar suporte à trajetória de estudantes pertencentes a grupos minoritários.
Para isso, o grupo atua na produção de tecnologias sociais e de informação e comunicação, que são precedidos por estudos de caso sobre as trajetórias acadêmicas desta parcela de estudantes, para identificar as principais dificuldades enfrentadas.
Paralelamente, a equipe realiza um mapeamento de boas práticas existentes, produz materiais instrucionais em diferentes suportes e organiza cursos de formação com instituições parceiras.
As incubadoras sociais do INCT Caleidoscópio também buscam fomentar relações intergeracionais entre pesquisadoras em diferentes estágios de formação, do pós-doutorado ao ensino médio urbano e rural. Ou seja, por um lado, estimulam a presença de mulheres pesquisadoras e jovens estudantes nas universidades e, por outro, atuam para construir um ambiente seguro e colaborativo para acolhê-las nas instituições.
Assim, as incubadoras trabalham na produção colaborativa de estratégias para transferência de conhecimento, e na sistematização de dados que podem subsidiar a elaboração de políticas públicas sobre o tema.