Oficinas
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Estão em andamento as Oficinas da Incubadora de Pesquisas Feministas Antirracistas N/NE/AM Legal - INCT Caleidoscópio para mulheres quilombolas . A atividade busca reduzir as barreiras que se interpõem nas trajetórias formativas de mulheres quilombolas das regiões Norte, Nordeste e Amazônia Legal, e traçar estratégias de enfrentamento.
O objetivo, portanto, é identificar as dificuldades de acesso e permanência no ensino superior e sistematizar práticas inclusivas de Políticas Públicas de Ações Afirmativas para quilombolas desenvolvidas por universidades públicas federais.
Os objetivos específicos incluem a investigação das estratégias de enfrentamento de estudantes quilombolas, identificar boas práticas antirracistas em instituições de ensino superior e desenvolver materiais educativos para orientar discentes sobre essas questões, com foco nas perspectivas de gênero, raça, etnia e territorialidade.
A oficina é coordenada pela Profa. Dra. Zizele Fereira, pós-doutoranda no INCT Caleidoscópio, com supervisão da Profa. Dra. Dolores Galindo. É uma das ações da Incubadora Social do Instituto de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades, e Violências de Gênero e Sexualidade e suas múltiplas insurgências na UFCG.
Público-alvo
As oficinas são direcionadas às estudantes quilombolas matriculadas em cursos de graduação na UFCG, Campus do Centro de Desenvolvimento do Semiárido (CDSA), além de escolas localizadas em territórios quilombolas da Paraíba.
Sobre o local
O CDSA, inaugurado em 2009 como parte do processo de interiorização das Instituições Federais de Ensino Superior, foi estabelecido em resposta ao Plano Nacional de Educação, com o objetivo de expandir o acesso ao ensino superior em regiões desfavorecidas. Sua abordagem pedagógica sustentável busca contribuir para o desenvolvimento regional e ampliação da formação superior no Semiárido.
Epistemes feministas negras e quilombolas
As epistemes feministas negras e quilombolas desempenham um papel fundamental na reconstrução de narrativas e discursos acadêmicos. Ao ocuparem espaços historicamente discriminatórios, mulheres negras, indígenas e quilombolas fazem um movimento para reescrever as narrativas deturpadas que foram estabelecidas por aqueles e aquelas que detinham o poder de moldar a história oficial sobre as ciências no Brasil.
Esse processo permite que pessoas negras e quilombolas, antes objeto de estudo, se tornem pesquisadoras, reconstruindo suas próprias histórias desde suas comunidades até a universidade.
A metodologia das oficinas possibilita refletir sobre a participação, presença e atuação de mulheres quilombolas em programas de graduação e pós-graduação no Brasil, destacando as contribuições das epistemes negras e quilombolas para repensar diversos campos das ciências. Isso inclui metodologias, teorias, epistemologias e posturas políticas tradicionalmente adotadas na produção de conhecimento acadêmico.
O foco está em como as sociedades com matrizes epistêmicas não brancas e patriarcais estão engajadas na produção de conhecimentos e nas estratégias para enfrentar as violências, bem como nas implicações disso para a construção de um ambiente acadêmico sem as barreiras que historicamente moldaram as trajetórias de mulheres negras e quilombolas nas ciências.
Desenvolvimento de Tecnologias Sociais
As oficinas têm como subproduto a produção de Cadernos de Orientação para Mulheres Quilombolas nas Ciências do Norte, Nordeste e Amazônia Legal, subdivididos em três volumes.
O primeiro volume aborda a maternidade nas ciências, o segundo, o enfrentamento aos assédios e violências na universidade, e o terceiro, as trajetórias acadêmicas e carreiras científicas. O material tem o objetivo de orientar e apoiar discentes quilombolas do ensino superior a enfrentar os desafios identificados, com foco nas perspectivas de raça, gênero e territorialidade.
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