Realizado no dia 12 de abril de 2024, no auditório da Biblioteca de Saúde da UFBA, o evento reuniu estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade do Estado da Bahia (UNEB). No evento, discutiu-se o impacto da autonomia reprodutiva nas trajetórias formativas das mulheres quilombolas.
O encontro foi organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher, Gênero, Saúde e Enfermagem (GEM) e pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), ambos idealizados pela Profa. Dra. Sílvia Lúcia Ferreira, que coordena, ao lado de Dolores Galindo, a Incubadora Social Feminista Antirracista Norte-Nordeste e Amazônia Legal, do Instituto de Estudos Avançados em Iniquidades, Desigualdades e Violências de Gênero e Sexualidade e suas Múltiplas Insurgências - INCT Caleidoscópio.
A comissão organizadora do evento foi composta por Profa. Dra, Silvia Lúcia Ferreira (UFBA), Profa. Me.Eliana do Sacramento de Almeida (UNEB) e Profa. Dra. Karine de Souza Oliveira Santana (UFRB), e contou com a colaboração das bolsistas Larissa Machado, Ana Caroline Pacheco e das monitoras Karine de Jesus, Andressa Costa, Larissa Soares, Alana do Carmo e João Vitor dos Santos.
A mesa de abertura foi composta pela Profa. Dra. Sílvia Lúcia Ferreira, pela graduanda em Medicina (UFBA) Larissa Soares, do Quilombo Alto do Cruzeiro; e pela graduanda em Enfermagem da UNEB Hemilly Gabrielly de Miranda Lopes.
Em seguida, com o objetivo de dialogar sobre o impacto da autonomia reprodutiva nas trajetórias formativas das mulheres quilombolas, a Profª Drª Chirlene Pereira fez de sua vivência uma referência ao campo de pesquisa. “Meu compromisso como mulher preta e quilombola é trazer esses conhecimentos para o mundo acadêmico, mas também retornar isso para minha comunidade”, afirmou.
Durante a palestra, a Chirlene Pereira apresentou dados de sua pesquisa de doutorado intitulada Autonomia reprodutiva de mulheres quilombolas e participação dos parceiros em suas escolhas reprodutivas sobre mulheres quilombolas, concluída em 2021. A pesquisadora buscou mostrar os comportamentos que interferem na tomada de decisão dessas mulheres no que diz respeito à sua saúde reprodutiva. Na amostra, chegou ao resultado de que 90% das participantes da pesquisa não faziam planejamento reprodutivo, e 94,8 % não tinham ajuda do parceiro em suas escolhas reprodutivas.
As atividades não se limitaram ao espaço do auditório. Grupos menores foram distribuídos em salas da EEUFBA para participar de um dinâmica em que compartilharam suas trajetórias, mediante perguntas norteadoras, que foram sistematizadas e socializadas para todas as participantes.
Na mesa de encerramento, a Profa. Dra. Sílvia Lúcia apresentou os objetivos da Incubadora. A Profa. Dra. Zizele Ferreira representou a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e apresentou os resultados do projeto Mulheres Quilombolas nas Ciências desenvolvido no âmbito daquela universidade.
O evento foi concluído apontando proposições para o enfrentamento às desigualdades vivenciadas pelas mulheres quilombolas, que interferem na vidas pessoal, acadêmica e na trajetória profissional. Por meio das ações apontadas, pretende- se viabilizar a formação de mulheres quilombolas nas ciências com mais oportunidades e autonomia sobre suas trajetórias.